Uma forma de chamar a atenção da sociedade e da comunidade científica a respeito da pluralidade das velhices foi a construção coletiva desta cartilha, durante uma disciplina, que apresenta 15 verbetes, a saber: velhices pretas, velhices periféricas, velhices masculinas, velhices femininas, velhices quilombolas, velhices ribeirinhas, velhices indígenas, velhices ciganas, velhices refugiadas/imigrantes, velhices em situação de rua, velhices com síndromes genéticas, velhices com deficiência, velhices LBGTQIA+, velhices institucionalizadas e velhices rurais.
O verbete é um texto escrito, de caráter informativo, destinado a explicar um conceito. Como explicar as diversas velhices contidas nos 32.100 milhões de pessoas acima de 60 anos que habitam o Brasil hoje?
É impossível, até porque o ser humano é diverso e complexo. Mas é urgente ampliar a compreensão das velhices para além das dicotomias indivíduo/sociedade, intelectual/emocional, interno/externo. Olhar para as especificidades do envelhecer é olhar para a diversidade humana.
Assim, os verbetes que compõem este e-book, colocados em ordem aleatória, surgiram como resultado final da eletiva intitulada “Subjetividades no Envelhecimento: desafios para um Brasil diverso, sustentável e intergeracional’, proposta pelas professoras Beltrina Côrte e Ruth Gelehrter da Costa Lopes, e ministrada no segundo semestre de 2023 pela primeira docente, aos alunos de Psicologia da PUC-SP, especialmente os do segundo ano.
A eletiva foi motivada por questões que incomodava as docentes, entre elas, qual é o papel da ciência na construção de conhecimentos sobre o envelhecimento e as diversas velhices no Brasil? Qual é a representação na ciência dos diferentes grupos etários existentes na fase da velhice, abrangendo pessoas com diversas origens, cores, experiências, habilidades, conhecimentos e disparidades?
Além do e-book ser resultado de um processo de formação de jovens psicólogos e psicólogas ante o desafio que o envelhecimento populacional impõe a todos nós, o desejo de ambas as professoras é contribuir, a partir desta pequena produção, com conhecimentos relativos aos processos de envelhecimento e fornecer subsídios para o futuro profissional, a fim de que tenha um olhar mais amplo para a diversidade e heterogeneidade das velhices.
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